4 de novembro de 2010

O JOÃO COVAS LIMA


Todas as manhãs, como se as manhãs fossem eternas, seguia os caminhos de sempre em direcção à sua rua. A rua das suas memórias, dos afectos que eternizou, dos amigos que cultivou, das palavras simples e dedicadas de um Homem sensível e trabalhador.

Um Homem como há poucos: cidadão entusiasmado, com valores e convicções, de ideias e de projectos, de vida intensa. Um Homem de família, de gestos generosos e de palavras sábias e encorajadoras. Um Homem de solidariedades sérias e não daquelas vãs e de circunstância.

Do Jardim do Bacalhau fez o seu largo com olhar para o mundo, em tertúlias que me deu o prazer de partilhar tantas vezes, umas mais românticas que outras, outras sérias e reflectidas, preocupadas e sentidas, porque era um Homem de se preocupar com os outros. E capaz de sonhar. Sempre com um futuro melhor.

Fez das gentes da sua terra o seu amor e da sua terra uma paixão avassaladora, que viveu desde sempre, mesmo distante noutras épocas em que a vida o levou para longínquos desafios.

Cumpriu viver com a existência dos Homens bons. Daqueles que nos ficam a faltar. Abriu as suas casas aos outros como se fossem o centro do seu coração. Um coração altruísta que se perdeu. Um Amigo que nos falta. Um Cidadão que parte deixando a cidade desgostosa.

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