A cultura é muito mais que a identidade de um território e de um povo, é parte da sua coesão e também, na actualidade, uma indústria rentável. Países como a Inglaterra identificaram o peso da cultura na economia e supreenderam-se com o elevado contributo do sector no desenvolvimento económico interno e o seu peso na exportação. Mas é também um factor de desenvolvimento social e um indíce importante para reforçar a qualidade de vida das populações.
Existem duas perspectivas de dinamização cultural que têm sido aplicadas por vários países ou cidades europeias, com sucessos acumulados, que contribuiram para a regeneração dos espaços e da vida económica: a industria da criação cultural, como é caso de Manchester e de França, e a programação cultural, mais usual e menos ousada e rentável.
No caso da programação cultural, à semelhança do que fazemos em massa na região, limita-se à contratação da cultura criada por outros, neste caso somos importadores e consumidores finais, colmatando as faltas com uma política de subsidiodependência hipócrita e demobilizadora. No caso da criação cultural importa destacar o envolvimento de criativos e artistas no meio social, os consumos e custos da criação nos mercados locais, a geração de impostos, tal como se fossem fábricas, e na maioria dos casos a exportação nacional e internacional.
O modelo da criação cultural carece ainda da sensibilidade política de autarcas para investir no sector. Desconhecem o seu potencial e a capacidade de intervir nos territórios como factores de repovoamento e de requalificação de aldeias e de vilas.
Na verdade, o investimento feito na criação cultural não é maior que o feito no facilitismo da programação. Ou sequer na construção de muitos equipamentos culturais inócuos e desporpocionais.
A diferença está na falta de coragem e na ausência de visão dos políticos. É possível fazer muito mais com muito menos; intervir em diferentes áreas: cultural, social, económica, ambiental, etc. a partir da criação cultural, sem ter que referir os beneficios da melhoria da qualidade de vida, do conhecimento, da formação e da qualificação das novas gerações.
Numa altura em que temos um Aeroporto para potenciar e caracteristicas climáticas e territoriais propicias a uma actividade regular, seria interessante conhecer a ousadia e a coragem de autarcas capazes de investir numa área de negócio moderno e rentável.
Sem comentários:
Enviar um comentário