26 de janeiro de 2009

Legislativas: Reflexão extemporânea?

Imagem: www.erc.pt



Na divagação que é feita em torno das eleições autárquicas fica por abordar, com interesse suficiente, o que se passará nas legislativas. Compreendo o argumento, que até partilho em parte, dos que defendem que as autárquicas são o que são, são o que nos diz respeito e nos mobiliza. Mas é evidente a importância deste acto eleitoral. Tão importante que define o rumo do país e condiciona, ou não, a acção dos autarcas, quem quer que sejam.

E no plano regional essa discussão não desponta e provavelmente não interessa que surja, mas é fundamental que a façamos. Perceba-se que o nosso distrito tem a menor representatividade nacional e o maior território, entenda-se que a correlação de forças é renhida, embora o método de hondt beneficie o mais votado, compreenda-se que neste espaço eleitoral se define muita da importância do PCP, aceite-se a inócua intervenção do PS na Assembleia da República nos últimos anos, e acredite-se na expectativa eleitoral do PSD, em distritos como o nosso onde poderá fazer surpresas.

Tudo é esperado com tamanha naturalidade que não constitui novidade: o PS candidatará Luís Ameixa, como seu eterno representante. A CDU, mais disposta às surpresas poderá encontrar uma solução mais popular e dentro da linha conservadora, e o PSD entre legitimar o seu líder distrital e uma candidatura mais ajustada à liderança de Ferreira Leite terá de escolher a mais valia, seja ela qual for, na expectativa de recuperar um deputado.

Mas a verdade é que estas soluções sabem a pouco e são muito pouco para as nossas necessidades. São soluções condicionadas por poderes internos nos partidos e incapazes – mais uma vez – de promover uma representatividade abrangente da sociedade. As eleições legislativas no distrito de Beja não são geridas da mesma forma que noutros distritos, fazem-se as coisas numa lógica provinciana de garantia de lugares e isso é defraudar a importância de um acto eleitoral.

É tão importante perceber que a partir de um quadro válido e competente – que há muitos anos não temos – a região faria valer o seu peso nacional e ganharia com uma participação cívica mais abrangente, vincada e acutilante. Ou seja, bastaria olhar para o lado e em todos os quadrantes políticos existem pessoas válidas, competentes e capazes de refrescar a política regional. Com vantagens para todos.


2 comentários:

  1. Oh Companheiro, reflecção? Já entraste na era do novo prontuário? REFLEXÃO, ok?
    Cumprimentos
    Casca

    ResponderEliminar