27 de janeiro de 2009

O estatuto político que nasce das acções

Segundo uma reportagem da Rádio Voz da Planície que ouviu os dirigentes partidários regionais pela proposta de Sócrates sobre a Regionalização na sua Moção de Estratégia Política, Luís Pita Ameixa definiu o seu apoio à orientação partidária de uma única Região Alentejo.

Saiba-se, para quem anda nisto há muito tempo e se esquece com facilidade, que Pita Ameixa, tal como o PS, defenderam desde sempre a Região Baixo-Alentejo. Inclusive, Luís Ameixa foi sempre dos seus maiores defensores no PS, e o próprio PS defendeu contra a corrente nacional no referendo uma região baixo-alentejana: e Venceu! E nas moções de estratégia política que apresentou aos socialistas nestes últimos anos como Presidente da Federação existe sempre uma referência heróica e moral à defesa intransigente do Baixo-Alentejo.

E no fim de contas bastou um pedaço de papel assinado por José Sócrates para que tudo isto perdesse valor e influência. Bastou o PS nacional orientar para que Pita Ameixa, uma vez mais, desbaratasse convicções.

Mas há uma coisa que Luís Ameixa não sabe, é que o PS não é ele nem nenhum líder! Tem o património humano de milhares de militantes e de dezenas de milhar de simpatizantes e votantes no Baixo-Alentejo que o seguem por convicções como a da defesa do Baixo-Alentejo.

Noutras circunstâncias o presidente Ameixa deu o dito por não dito, como se ser deputado fosse uma condição de seguidismo partidário, e fê-lo, na maioria das vezes, sem outro fundamento que não o de agradar à direcção nacional do PS. E consequência de tudo isso é um PS frágil, sem influência na sociedade e no partido(!), sem credibilidade e sem rumo. E outro efeito desta liderança é um esvaziamento intelectual e moral.

Tenho sido crítico desta liderança, encontrei sempre fundamentos para a criticar, e espero que a partir de agora seja mais fácil compreenderem e aceitarem as minhas reservas e receios.


Foto: www.vozdaplanicie.pt

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