O PCP, pela voz de Jerónimo de Sousa, promete viabilizar uma Moção de Censura a apresentar na Assembleia da República pelo PSD ou CDS. À primeira vista o que parece ser a vontade dos comunistas é a queda do governo, dê por onde der. Acredito que é mais rebuscado: desejam comprometer a direita e provocar as suas contradições. Desejam ainda assinalar uma ruptura, coerente diga-se, com o governo mobilizando e fixando o seu eleitorado que lhes terá parecido mais disperso no voto presidencial. Do ponto de vista do PCP a estratégia é correctíssima. Mas no que respeita aos interesses do País não é! Portugal não se compadece com crises políticas pré-anunciadas, não resiste à turbulência e ao descrédito dos jogos placianos.
Se para o PCP derrubar o governo é um imperativo na defesa da "esquerda moderna e democrática", é na prática a criação da oportunidade de tempo e de modo para que a direita, aliada ou não, governe o país. E se é isso que o PCP quer à custa da aferição eleitoral do seu peso então o PCP é merecedor de uma censura política do eleitorado de esquerda. Se o PCP deseja crescer ou consolidar a sua votação deverá fazê-lo à custa dos seus esforços de alternativa nas ideias e na política, mas se o caminho da "cassete" não gruda o melhor é mudar. E o PCP algum dia mudará?
Com este tipo de posições por parte do PCP, penso que será justo colocar duas questões ao PCP;
ResponderEliminar1ª - Está realmente convencido que um Governo PSD-CDS é melhor para a defesa dos mais desprotegidos da nossa sociedade?
2ª - Porque razão esta estratégia pensando mais nos interesses eleitorais do PCP, do que na resolução dos verdadeiros problemas dos que tanto dizem defender?