8 de fevereiro de 2011

PARTIDÁRIOS DOS DIAS FELIZES



José Sócrates (JS) é o candidato natural à liderança do PS no próximo Congresso Nacional. Serei seu apoiante. Mas reconheço o interesse de surgirem vozes discordantes e que mais do que discordantes sejam reflexivas e que não se limitem ao desejo de protagonismo. Que venham agora e que fiquem para enriquecer a consciência critica do PS. Para o enaltecer!

Bem sei que uma das maiores dificuldades não é conquistar o poder mas saber mantê-lo. E mantê-lo com rumo e orientação política, com convicções e ideologias. O desgaste das lideranças surge, particurlarmente, quando os partidos estão no poder, é o caso de Sócrates e de quem o acompanha. Muitas vezes pensa-se em circuito fechado limitando as opções, balizando as alternativas e reduzindo o debate. É esse um dos males do PS contemporaneo: está virado para o governo e distante de si mesmo. Governa mas não lidera a agenda política. Razões? Muitas, tantas como a pressão pré-eleitoral de 2009 que questionou a honorabilidade de JS, ou a crise económica de 2010 e as presidenciais de 2011. Tantas como a voracidade da opisição à esquerda e à direita. Tantas...

Mas é justo reconhecer o esforço de governação e a alteração das circunstâncias económicas e políticas - passando de maioria absoluta para minoria. É justo reconhecer que Sócrates tem liderado com firmeza e coragem, que embora não podendo assumir erros corrige-os e que tem como designio servir Portugal num momento adverso. O PS tem perdido é certo mas essa é também uma responsabilidade nossa: os militantes e os dirigentes, os criticos e os acriticos. Porque numas alturas nos resignamos nos silêncios comprometidos e noutras (esta) queremos que aconteça o que não poderá acontecer sem a nossa militância activa constante. Porque um partido não se constrói apenas no partidarismo dos dias felizes.


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