Esta manhã, cerca das nove horas, recebi um telefonema de aviso de que algumas pessoas tinham iniciado um "posto de marcação de lugar" à porta do infantário onde quero inscrever o meu filho de 2 anos. Qual a estranheza? As inscrições abrem na 5ª feira às nove da manhã, por ordem de chegada, e alguns pais desesperados resolveram iniciar a vigilia ao lugar com 48 horas de antecedência. Considero esta situação ridicula e desporpocional. Um método de selecção muito questionável e pouco humanizante. No entanto, depois de reflectir toda a manhã sobre o assunto organizei com familiares turnos para que também eu pudesse defender o interesse do meu filho. E considerando esta situação tão ridicula e inarrável perguntará o leitor: o que fazes tu ai? Penso no meu filho, no seu direito às oportunidades. E questiono-me? Claro, mesmo agora enquanto escrevo me puno. Mas é o meu filho.
Jamais me imaginei numa situação destas. Quem me conhece estranhará o meu comportamento. Mas é o meu filho e por muitas razões desejo que fique neste infantário. E não admito que se lhe neguem oportunidades, apesar do absurdo a que chegou a situação de os pais e familiares passarem dois dias e duas noites ao frio a guardar vez para inscrever os seus filhos. Haverá, certamente, responsáveis, a começar por nós que validamos a situação. Mas sobretudo há falta de bom senso. Escrevo-vos dentro do carro à porta do infantário, com um portátil no colo, ligado por banda larga e questiono-me se estou no século XXI. E ocorre-me se com tanta tecnologia não será possível inscrever por ordem de chegada através de uma plataforma electrónica? Se a hipótese remota de isso ser possível, de algum softwear ter de ser importado já não chegará a tempo de me desobrigar de duas noites ao relento. E para os que dúvidam: continuo a viver em Beja.
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