22 de dezembro de 2010

SER OU NÃO SER


Cavaco Silva, o candidato e o presidente ao mesmo tempo, lançou a dúvida na sociedade sobre o seu estatuto. Diz o próprio que não é um político, e ainda se afirma como arauto de uma cruzada em que a classe política e a má qualidade da política são o centro da sua provocação.

Aceito que CS diga o que lhe apetecer e entender ser mais conveniente em prol da sua reeleição, mas que alguém tenha dúvidas que um homem que há trinta anos desempenha sucessivos cargos políticos (ministro das finanças, presidente do PSD, primeiro-ministro e presidente da república) é que me faz uma tremenda confusão. Ou anda meio mundo a querer enganar meio mundo ou está tudo doido.

Que CS queira pôr o dedo na ferida e reflectir o sentimento que separa o Povo da classe política por culpa desta e da má imagem que tem, tudo bem, mas que CS se queira colocar acima dos outros quando tem e tem tido tantas responsabilidades no que respeita ao descrédito da política é que me parece uma ofensa às memórias e inteligências das pessoas. Mas se há pessoas que querem aceitar isto então CS tem mais que razão razão para dizer tamanho disparate: a má qualidade da política nasce na má qualidade do Povo. E isso não quero acreditar que assim seja.

Sem comentários:

Enviar um comentário