A divulgação de documentos secretos por parte do site Wikileaks abre um novo ciclo na ordem diplomática internacional. O Primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi chama-lhe "o 11 de Setembro da diplomacia internacional", ou seja nada voltará a ser como dantes.
Na verdade a divulgação de centenas de milhar de documentos secretos, descritivos de acções e de comentários, de caracterizações e de procedimentos representa uma quebra de confiança entre estados, sobretudo com prejuízos para os EUA.
Mas a gravidade não está no que é revelado mas sim na forma como é revelado, quem revela e quais as fontes das informações. O que está a acontecer deita por terra a imagem do sistema de segurança impenetrável dos americanos, provoca fragilidades na sua diplomacia e realça um novo método de inteligência: a internet. Sem paradeiro, sem controlo e aberto a centenas e centenas de milhões de cidadãos em todo o mundo.
O que fazer da informação deixa de ser da vontade dos estados e passa a ser do foro de interesse de cada um, obrigando os estados de Direito e Democráticos a uma nova atitude: ou falam verdade e com transparência ou sujeitam-se à humilhação da mentira e da omissão.
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