29 de novembro de 2010

A INVARIÁVEL NATUREZA DAS COISAS

O Aeroporto de Beja está destinado à polémica: as administrações, os prazos, a obra, a concessão e a abertura oficial têm servido de mote a polémicas sucessivas sobre este projecto. Agora é a vez do Tribunal de Contas, em relatório, divulgar derrapagens no custo da obra, pouca rentabilidade do projecto, etc.

Pois bem, parece-me que um investimento desta natureza (cerca de 35M Euros), para rentabilização de uma infra-estrutura existente, para dinamização económica e social da região e do país, promotor de exportação de produtos, gerador de receitas de turismo e de centenas de empregos é muito pouco comparado com todas as mais valias que enuncio. Sobretudo quando o total deste investimento é comparticipado pelos fundos comunitários, julgo que em 70%.

Há efectivamente uma derrapagem no tempo, assumida, mas que é constrangedora. Esta sim prejudicial e incompreensível. E julgo, ainda e uma vez mais, que este é o grande calcanhar de Aquiles do projecto: a indefinição criada a partir da falta de sensibilidade política de quem decide mas também das autarquias e dos autarcas que demonstram não ter força, ou interesse, para lutar por uma outra solução que não a da ANA – Aeroportos de Portugal.

Tudo o resto é show off. Inconsequente! Uma vontade imensa de defender a inércia política. Um mau exemplo dos processos de decisão. Um vazio assustador nas visões estratégicas. Porque infelizmente os ciclos eleitorais condicionam muito a acção.

2 comentários: