15 de novembro de 2010

AREIA NOS OLHOS


A decisão do governo de não incluir o Alentejo no concurso de instalação de novas centrais fotovoltaicas é de uma enorme injustiça, considerando as orientações de coesão territorial e as prioridades de sustentabilidade energética tanto – e bem – apregoadas.

Mas completamente impróprias são as justificações do Secretário de Estado da Energia e da Inovação, Carlos Zorrinho. Se é verdade que o governo pensa assim então trata-se de um mau sinal que não abona a favor do mesmo e que o contraria.

Se interpretarmos as palavras de Carlos Zorrinho à letra então não se devem plantar olivais porque a região não consome por si tanto azeite e azeitona, ou trigo, ou sequer faz sentido investir no aeroporto de Beja e no Alqueva e no regadio, porque por si só a região não tem população para viabilizar tais instrumentos de desenvolvimento económico.

É uma visão redutora e descabida que serve apenas para nos ofender a inteligência. É uma visão que contraria os interesses nacionais e que afasta investimento estrangeiro de que tanto necessitamos.

E se é verdade que esta é a região do país com maior número de horas de sol e condições de território especiais para a implementação destas unidades, que na região existem projectos estruturantes como a SOMINCOR e as PIRITES, o Porto de Sines, fábricas em Évora e outros que, assim se deseja, possam vir a concretizar-se, que são grandes consumidores de energia, então as declarações do Secretário de Estado são irresponsáveis e irreflectidas.

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