14 de abril de 2009

Actos contínuos



O governo inaugurou hoje em Aljustrel o novo centro de saúde. Há quem questione o facto da inauguração ocorrer muito tempo depois da abertura do mesmo. No que entendo serem as funções dos governos – centrais e locais – o acto formal da inauguração não representa um populismo eleitoral, mas sim, uma prestação de contas sobre o trabalho realizado na construção de soluções desejadas pelas populações. E quanto a isto não me parece criticável a vinda do Secretário de Estado a Aljustrel. Nem tão pouco ligeira a participação da CM Aljustrel na resolução deste problema.

Mas ao mesmo tempo faz-me reflectir o facto de nestas circunstâncias existir sempre um aproveitamento político que é adequado aos momentos. E nisto o PCP é o mestre da capitalização do descontentamento. Mesmo quando as suas reivindicações são acolhidas o PCP descobre sempre mais qualquer coisa para dar seguimento às lutas contestativas.

Cumprida a missão de construir um centro de saúde, que percebo ser legitimo e necessário, para a população do concelho de Aljustrel, vem o PCP através do seu actual presidente de Câmara reclamar uma extensão para uma freguesia local e ainda a abertura permanente e com urgência do centro de saúde inaugurado! Sabendo o presidente de câmara que em termos de prioridade e de reformas no SNS – e não discuto o idealismo da reivindicação – não é possível satisfazer o seu pedido, cria o mesmo uma frente de descontentamento que não corresponde à realidade!

Seria desejável que para além das sedes de concelho cada freguesia tivesse uma extensão de saúde, mas isso representaria o absurdo de milhares de unidades de saúde: sem médicos e auxiliares, sem qualidade e equipamentos e ainda sem qualquer melhoria nos cuidados a prestar a cada cidadão! E se tudo isto é crível porque razão teimam os autarcas em gastar energias em coisas que sabem ser impraticáveis? Serão estas, também, reivindicações populistas e demagógicas, justificáveis em anos eleitorais? Confesso a minha tendência para me resignar perante tanta utopia! E pergunto-me onde fica o povo no meio disto tudo?! Onde?...




2 comentários:

  1. Retóricas tém eles muitas, mas se tivessem no poder que Pís teriamos??? È fácil dizer, que o dinheiro vai pasra os Banqueiros ( da boca de quem o diz é uma inconsciência maldosa B.E. )e que devia ir para os trabalhadores etc. Mas esses " senhores" já explicaram o que ´e uma economia de um País que é depende dos outros? E como é que o Estado tém o dinheiro para distribuir?Por favor senhores B.E. e P.C.P. falem verdade aos incautos, defendam as suas ideias mas não intoxiquem!!! ( Tém um exemplo na Albânia e na ex.U.R.S.S.)
    Zé de Olhão

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  2. Meu caro, o PCP pensa ganhar as eleições em Aljustrel à pala da sua velha estratégia de oportunismo político: utiliza a Mina (que abre e depois fecha e depois fecha e abre porque o mundo é redondo e porque as bolsas de valores existem e porque Aljustrel se situa em Aljustrel e não na Coreia do Norte); utiliza o Centro de Saúde (que há 4 anos, diziam, não iria ser construído, mas agora já existe, mas ainda assim não chega, porque em Aljustrel somos mais que os outros, porque sim e pronto) e oferecendo mais meia dúzia de tachos a jovens de famílias estratégicas (daquelas com muitos filhos e netos e primos e primas e visinhos que votam e tudo), desviando as atenções daquelas que são as suas reais atribuições e competências. Essas sim, que estão por cumprir. Basta deitar o olho ao programa eleitoral de há 4 anos e saber fazer contas de somar e subtrair.

    Para quê complicar se basta baralhar cabeças?

    PS - Parabéns pela sua lucidez.

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