27 de fevereiro de 2009

Que exemplos?

Foto: Rádio Pax


José Godinho, Presidente da Câmara Municipal de Aljustrel, deixará de o ser a partir de 2ª feira. O ainda edil deixará por cumprir o seu mandato assumindo em exclusividade um lugar executivo na nova ERT – Turismo do Alentejo. Não julguem que sou critico desta situação, ou sequer que venha a por em causa a legitima opção de JG. Pelo contrário, sou respeitador destas escolhas e entendo-as como normais. O que se poderia discutir a partir daqui é outra questão: o porquê de serem sempre os mesmos – há mais de 30 anos – a ocuparem sempre os cargos de decisão e a estancar a necessária renovação de lideranças? Mas isso, como diz o povo “são outros quinhentos”.

Portanto não estranho esta solução, até porque a vaticinei publicamente na Rádio Voz da Planície há uns dois meses atrás. Agora, que existe nesta matéria uma grave dualidade de critérios, lá isso existe! Lembro-me que há uns meses atrás, quando Pulido Valente optou por deixar a Câmara de Mértola ter sido crucificado na praça pública: porque traiu os eleitores; porque se transformou num boy; porque se preocupou em melhorar a sua situação financeira; etc.. Seja como for, mais ou menos na mesma altura o histórico autarca Fernando Caeiros também abandonou a Câmara de Castro e nem aí o PCP soube dar o braço a torcer, ou o PS defendeu uma posição coerente.

Nisto tudo existem exemplos diferentes e aceitáveis conforme a origem: se nasce do PCP tudo se justifica e se entende; se parte de um socialista tudo é motivo de acusação e de nublosas suspeitas. Mas no fundo trata-se do mesmo, e o mesmo deveria ser criticável nos diversos exemplos ou então aceitável. E mais grave é o conformismo de quem assiste a tudo e não se faz questionar. É grave porque o silêncio corrói o espírito crítico. É grave porque comparando os exemplos, num caso o carácter e a honorabilidade é posta em causa e no outro é elogiável e acrítica. Com tudo isto ainda nos falta muito caminho para sermos grandes. Muito caminho mesmo …

4 comentários:

  1. Concordo com quase tudo! Eu sempre defendi que quando sai o presidente devia haver eleições! Mas acho comovedor a hipocrisia de alguns que tanto criticaram JPV e ficam calados com Castro Verde e Aljustrel!

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  2. JB permita-me comece coa a sua seguinte última citação.
    " Com tudo isto ainda nos falta muito caminho para sermos grandes. Muito caminho mesmo"
    Eu diria mais, para sermos grandes, deveriam todos aqueles que já estão reformados com rendimentos largamente acima do comum dos seus concidadãos, estar proibidos de ocupar lugares, para os quais muitas das vezes não têm a devida competência nem perfil adequado, deixando de fora, gente com formação,com garra, e com a vida ainda por fazer. Essa malta toda que por aí andam com reformadas douradas, se verdadeiramente se preocupassem com o bem comum, deveriam ser os primeiros a integrar tudo o que é trabalho voluntário. Eles é que Têm todas as condições para ser voluntários, como costuma dizer e com toda a razão, o grande cidadão de Aljustrel, professor Luís Bartolomeu, e com toda a autoridade que ninguém ousará por em causa, Parabéns Professor Luís Bartolomeu, você é o exemplo de um homem que se pode olhar ao espelho. Apesar de ainda não sermos grandes, existem em Portugal muitos Luís Bartolomeus.
    E se todos estes lugaritos começassem a ser preenchidos por concurso, e ocupados pelos verdadeiramente melhores?

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  3. H: E é importante que se denunciem os casos. Não para pôr em causa a legitima escolha dos outros autarcas, mas para repor a verdade e a coerência. Se há coisas que na política são comuns é a demagogia com que se constroem verdades absolutas, falsas claro!

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  4. Manuel António Domingos: Concordo absolutamente consigo! Não é admissível que pessoas exerçam cargos públicos de eleição ou nomeação após reforma, seja quem for e em que cargo for. Não há sistema democrático que resista a isto!Tal como o menciono no 1º parágrafo do texto. E ainda existe a solução apresentada pelo H e que subscrevo integralmente: nada justifica que não se promovam eleições intercalares, isso responsabilizaria os mandatos e os mandatados e credibilizaria o voto dos eleitores nas escolhas reais.

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