Esta tarde, numa conversa privada com um amigo apercebemo-nos que em locais distintos e por motivos diferentes abordamos e defendemos uma opinião igual. Um de nós, percebendo o efeito negativo da concordância logo referiu: “ mas divergimos muitas outras vezes”. Veio-me à memória a história dos dois amigos que se sentam diariamente, e há muitos anos, à mesa do café em silêncio. Limitam-se a olhar um para o outro na altura de pedir mais uma cerveja. Acenam em concordância e lá passam as três ou quatro horas do costume. Todos os dias. Sem uma única palavra. No fundo, a sua concordância é tal que se esgotou na companhia um do outro. Mas a moral da história é ainda mais cinzenta: nenhum deles, ou a sua relação de amizade, evolui. E lá estão, persistentemente, longe da companhia de outros.
Refiro esta história para ilustrar o que se perde com o sim. Ou as palmadas nas costas. Ou as ideias subscritas. Na verdade é na divergência que está a construção das ideias. É na diversidade de opinião que se edifica a sociedade. Para o bem e para o mal. E muitas vezes dizer que não é mais decisivo que anuir por conveniência.
Parece-me importante extrapolar esta noção para Beja. É que em Beja ainda há quem pense que pensar diferente é crime lesa pátria. Ainda há quem ofusque a opinião crítica dos outros. Quem a desvalorize como se tratasse de um adversário. E não percebem a importância de ter como companheiro – neste caso como concidadão – quem nos alerta para as outras perspectivas. E esse sim é um crime: chamemos-lhe um género de morte assistida das nossas próprias ideias.
Mas o que Beja, entre outras tantas coisas, precisa é de pessoas que pensem, que intervenham, que emitam opinião, que contribuam com ideias e pensamentos para a valorização do bem comum: a sociedade!
E o que Beja precisa mesmo, para além das outras coisas, é de alguém que oiça, de quem respeite as opiniões, de quem escute – que escutar é diferente de ouvir –, de quem tolere as perspectivas divergentes, de alguém que acolha as convicções de cada um. E a isto se chama participação. É uma questão de atitude. De diferença. De apoio à riqueza de cada cidadão. É sobretudo uma questão de liderança. E disto Beja precisa, como precisa de tantas outras coisas.
Refiro esta história para ilustrar o que se perde com o sim. Ou as palmadas nas costas. Ou as ideias subscritas. Na verdade é na divergência que está a construção das ideias. É na diversidade de opinião que se edifica a sociedade. Para o bem e para o mal. E muitas vezes dizer que não é mais decisivo que anuir por conveniência.
Parece-me importante extrapolar esta noção para Beja. É que em Beja ainda há quem pense que pensar diferente é crime lesa pátria. Ainda há quem ofusque a opinião crítica dos outros. Quem a desvalorize como se tratasse de um adversário. E não percebem a importância de ter como companheiro – neste caso como concidadão – quem nos alerta para as outras perspectivas. E esse sim é um crime: chamemos-lhe um género de morte assistida das nossas próprias ideias.
Mas o que Beja, entre outras tantas coisas, precisa é de pessoas que pensem, que intervenham, que emitam opinião, que contribuam com ideias e pensamentos para a valorização do bem comum: a sociedade!
E o que Beja precisa mesmo, para além das outras coisas, é de alguém que oiça, de quem respeite as opiniões, de quem escute – que escutar é diferente de ouvir –, de quem tolere as perspectivas divergentes, de alguém que acolha as convicções de cada um. E a isto se chama participação. É uma questão de atitude. De diferença. De apoio à riqueza de cada cidadão. É sobretudo uma questão de liderança. E disto Beja precisa, como precisa de tantas outras coisas.
Jorge, onde escreves Beja (concordo em absoluto!) acrescenta Portugal também... ainda falta construir Portugal e massa critica precisa-se, mais que os "abanadores de cabeça"!
ResponderEliminar@ Casca: Concordo. E deve-se extrapolar para o país a importância de uma massa crítica válida e respeitada.
ResponderEliminarPor acaso... escrevi ontem sobre isto! Mas.. numa argumentação que não irá merecer aplausos...
ResponderEliminar@ H: Não li, mas vou ler. Conta a finalidade, o objectivo. :)
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