2 de fevereiro de 2009

Um Aeroporto e tantas pistas

Segundo revelação exclusiva do Ministro das Obras Públicas, Mário Lino, à RVP, o Aeroporto de Beja vai ser integrado e gerido pela ANA – Aeroportos de Portugal. Esta decisão que não me surpreende é um revés no desenvolvimento do projecto do aeroporto, na consolidação dos pilares estratégicos de desenvolvimento regional – Aeroporto, Porto de Sines e Alqueva – e uma derrota política da região. Mais uma, que revela à exaustão a incapacidade de influenciar o que seja, de defender o que for. E só isto já teria merecido a indignação dos baixo-alentejanos.

Muitos ainda não perceberam o que está em causa. Ou não quiseram saber. E por isso nunca se pronunciaram ou comprometeram em defender a EDAB como entidade exploradora do Aeroporto de Beja. Em cima da mesa estão interesses partidários e de estratégia política, e uma vez mais os interesses regionais ficam penhorados. Mas fica o alerta: a ANA não tem interesse ou condição de desenvolver um projecto com estas características. E daqui à privatização será um pequeno passo. E da privatização à inviabilidade será outro passo certo. Desculpem-me o cepticismo, mas destas coisas já tenho algumas no meu curriculum de memórias.

Já escrevi e falei sobre este assunto publicamente. E está escrito e presumo que gravado. Mais adiante, daqui a uma meia dúzia de anos falamos outra vez. E estou curioso por ver e ouvir as expressões incrédulas e indignadas dos mesmos que agora se calaram.

No entanto, fica a nota importante: ninguém se dignou a construir um argumento de defesa de outra solução e nessas circunstâncias o governo decidiu com os elementos que tem. E mediante a sua decisão estará a partir de agora na linha de fogo das responsabilidades se o projecto falhar. Pois, que os silêncios não são ingénuos… É tão fácil fazer política!? E tão provinciano o método que me preocupa que alguém não reflicta sobre isto.

2 comentários:

  1. Totalmente de acordo! E o silêncio de quem devia falar é ensurdecedor!

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  2. @ H: Fico contente pela concordância. Mas nós, cá fora, também podemos e devemos fazer ver aos agentes políticos que sabemos das coisas e pressioná-los a agir de forma diferente.

    Bem sei que o tens feito à tua maneira e com os teus recursos. é apenas um reforço do objectivo. :)

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