21 de fevereiro de 2009

Ócio


Se não fosse suficiente um fim-de-semana prolongado para comemorar o Carnaval, hoje é dia de derby. E por cá as coisas adormecem, como em todo o país, julgo. Depressa nos alheamos dos problemas e das preocupações: se há festa, que venha a festa. E para a semana – lá para quarta-feira – ainda estaremos no limiar da recuperação e de pouco valerá a semana.

Não critico o direito ao ócio dos portugueses, onde me incluo, mas parece-me que esta tendência de aproveitarmos tudo e mais alguma coisa para forjar mini-férias é um desrespeito pelas difíceis circunstâncias em que vivemos. Um país que, à boleia de uma tolerância de ponto – terça-feira – começa a parar na sexta-feira e que na segunda obriga a um conjunto de desculpas para justificar a impossibilidade de agendar reuniões ou outras actividades, é um país que se trata mal.

Kennedy disse: “não perguntem o que a América pode fazer por vocês, mas sim o que podem fazer pela América”. Esta frase tem o simbolismo de uma mensagem forte que procurou unir os americanos na defesa dos interesses da nação e no confronto com as dificuldades e obstáculos a ultrapassar. Mas esta frase passada em Portugal mereceria a resposta de um povo que prefere continuar a olhar para si, individualmente, e preferencialmente com descanso à mistura.

Não me entendam mal: não sou contra as regalias dos feriados ou das tolerâncias de ponto, mas não entendo que muita gente se aproveite, à boa maneira do chico-espertismo português, dessas regalias e que delas abuse em prejuízo do colectivo.

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