8 de janeiro de 2009

Instituto Politécnico de Beja: O Poder que falta!

O processo eleitoral no Instituto Politécnico de Beja (IPB) deverá marcar o início de um novo ciclo. O período que agora termina fica assinalado por uma presidência dinâmica e visionária, que soube intervir e assegurar com acções e com obras para que o futuro do IPB seja uma realidade. José Luís Ramalho, presidente cessante, lidou com a complexidade dos processos de financiamento das obras de construção e de melhoria dos equipamentos – garantindo assim melhores condições para alunos e docentes – e foi confrontado pela difícil situação da diminuição de alunos registada em todo o universo do ensino superior, incluindo o de Beja. O ainda Presidente deixa um legado de obra e de potencial crescimento da instituição. E este legado, que acredito vir a ter os melhores defensores, beneficia a cidade de Beja e a Região do Baixo Alentejo.

Um dos aspectos inovadores no novo ciclo, exemplo entusiástico de uma maturidade institucional, é a inclusão nos seus órgãos de personalidades representativas da sociedade civil. Este dado é mais que relevante: é indicador de um caminho participado e agitador da responsabilidade dos cidadãos na vida do IPB.

Até aqui tem sido débil a participação dos agentes políticos e das instituições públicas na valorização do IPB, e isso tem contribuído para um demorado surgimento desta instituição como poder regional. Defendo que o grande desafio do IPB deverá ser o de se afirmar como poder regional de influências e de intervenção. Há muito por fazer na área da investigação, das ciências sociais e da agricultura, existem a partir do aeroporto de Beja novas oportunidades às quais a capacidade crítica e académica do IPB não deve ser indiferente, ou estrategicamente afastada. A exemplo de outros pólos universitários, em Portugal e no estrangeiro, é possível construir, a partir da dinamização do ensino superior, um dos pilares para o desenvolvimento.

Não me parece correcta a opinião de quem espera que o IPB deva formar quadros para o desenvolvimento regional, exclusivamente. Defendo sim que a sua função pedagógica deve estar inserida no contexto das potencialidades regionais, mas aberta às necessidades nacionais e europeias. Os modelos globais de formação não podem ter uma visão paroquial. Devemos ter a noção que o global se constrói a partir do local, e isso não é necessariamente razão para sobrepor o local ao global. A qualidade do ensino do IPB nas diferentes áreas é a grande marca que se deve edificar. A sua credibilidade nacional e internacional em conjunto com os instrumentos promotores da região no teatro europeu será decisiva para que o IPB sirva de alavanca para o desenvolvimento.

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