Não constituirá novidade para ninguém que sou um acérrimo defensor da Região Baixo Alentejo. Tenho as mesmas preocupações e lamentações que muitos de vós relativamente ao esvaziamento de serviços e de poderes desconcentrados do Estado na nossa terra. Incomóda-me que determinados projectos e empresas públicas, apesar de cá sedeadas, não são um factor de coesão social e territorial, de que carecemos. Aborrece-me que em tudo e mais alguma coisa nos tratem com desprezo e desconsideração.
Mas a ignorância e a incompetência chocam-me a alma. Já o tenho dito repetidas vezes: não temos força de reivindicação, não somos capazes de gerar consensos, não temos maturidade política, não somos firmes e determinados o suficiente. E escrevo no plural por considerar que esta é uma responsabilidade de todos, a começar, claro, pelos líderes políticos que nos governam acentuando o descrédito e a desconfiança. Não temos habilidade para pensar, projectar e executar.
Ora se para defender a Região Baixo Alentejo se utiliza a denominação, comum em associações de municípios e nas vozes de autarcas e dirigentes, de BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL estamos não só a ignorar a formação histórica da região como também a ferir a sua identidade cultural e social, que é comum. Não existe ALENTEJO LITORAL. Existe Baixo Alentejo e pronto!
Esta definição que lhes parece agregar não é mais que uma divisão, uma distinção que fragiliza. Veja-se o caso - muito preocupante! - do Concelho de Odemira: está a ser distanciado do resto do Distrito de Beja na saúde, nos acessos, no turismo, nas organizações intermunicipais, etc. Faz sentido que assim seja? Claro que não! Mas fará sentido a ignorancia de quem tem vindo a criar estes fossos? E os custos políticos, económicos, sociais e adminsitrativos destas bacocas visões são enormes. E provavelmente irreversíveis. A ligeireza tomou conta da governação. Só pode ser! E o que me amarga o coração ler e ouvir camaradas socialistas a proferir tanto disparate...
Imagem: Daqui
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