3 de março de 2009

O mérito dos Homens



Não sou dos que acreditam que as militâncias partidárias e as divergências de opinião devem afastar as pessoas ou condicionar o que se pensa sobre elas. Não sou dos que crêem na radicalização das posições e no esvaziamento do respeito democrático pelos adversários e opositores. Prefiro uma atitude bem mais moderada, de respeito e de tolerância que também exijo dos outros para mim. Mas não posso deixar de reconhecer a validade do trabalho dos outros, ainda que não partilhemos identidade ideológica, ou que no seu caso me propusesse a fazer diferente.

A AM de Castro Verde aprovou, por unanimidade, um voto de Louvor a Fernando Caeiros, autarca histórico e que ao longo de trinta e dois anos liderou os destinos do concelho. Na verdade Fernando Caeiros foi um autarca respeitável, com trabalho e cujas eleições foram sempre inequivocamente apoiadas pela maioria da sua população. E este é um dado que por si só merece uma reflexão quanto ao valor que as pessoas têm. É certo que FC cometeu inúmeros erros, decidiu por vezes no sentido contrário à lógica das coisas, nem sempre foi bem sucedido e a forma como saiu da Câmara tem sido motivo de algumas criticas. Tudo isso é verdade, como é factual uma dedicação de mais de três décadas ao serviço de Castro Verde e da População. E manifestar tal elogio e mérito não é assinar por baixo a concordância com a obra de um autarca, porque essa assinatura foi caligrafada em sucessivas eleições pelo próprio eleitorado.

Por isso a decisão da AM é justa e elogiável: porque reconhecer o mérito e agradecer a dedicação ao serviço público é coisa rara entre nós, para não dizer inexistente. E FC merece esta homenagem, como outros autarcas merecem as suas e nunca as tiveram ou virão a ter (em breve escreverei sobre o tema). Porque o caminho mais fácil é o da oposição às coisas simples e da complexidade da natureza humana que nos afasta mesmo em momentos de elevada manifestação democrática: o respeito pelos homens e pelas mulheres que servem o país.

2 comentários:

  1. Aí fica o meu retrato da obra e do papel do homem a homenagear, ao longo de todo o nosso poder local democrático.

    De MANUEL ANTONIO DOMINGOS a 4 de Março de 2009 às 09:11
    Falar de Caeiros, é falar de todo o período do nosso poder local democrático desde o 25 de Abril de 1974.
    Em condições normais, com pessoas normais, e em 32 anos, obrigatóriamente deve-se fazer muita coisa, sobretudo se tivermos meios ao nosso dispor para agirmos.
    Ter a maior mina de cobre de toda a Europa Ocidental no seu concelho, foi um verdadeiro milagre que ajudou muitíssimo.
    Independentemente da informação objectiva que cada um possa ter para poder medir com insenção e objectividade o desempenho desta personalidade, aí fica a minha avaliação feita em Português Suave, e em verso, sobre o exercicio dos trintas e tais anos do PODER LOCAL em Castro Verde:

    Manuel António Domingos disse...
    Aí fica um trabalho meu, ( CENSURADO ) como homenagem ao meu Conterrâneo e amigo, até que eu não abri os olhos. concorri com estes versos aos Jogos Florais de 2007, organizados pela Câmara Municipal de Castro Verde. Ao contrário do que estava escrito, nunca foram dados a conhecer ao povo todos os trabalhos concorrentes.
    " Modalidade: Poesia ( 30 versos )
    Escalão: 4
    Título: 30 Anos de Poder Local Democrático
    Pseudónimo: ÁGUA MOLE
    Data: 23/03/2007
    Tema / Mote

    Trinta anos de poder local democrático
    Num concelho transformado por muita gente
    Na condução do poder autárquico
    Esteve sempre o mesmo presidente

    Sem a revolução dos capitães de Abril
    Como seria o nosso concelho ?
    Como seria o nosso redil ?
    O que reflectiria o nosso espelho ?

    De um Partido Comunista
    Com muita implantação
    Nasceu o colectivo progressista
    De uma grande Coligação

    Muitas foram as pessoas
    Que com espírito altruísta
    Construíram coisas boas
    Para a revolução socialista

    Com trinta e três anos de democracia
    E trinta de poder local
    Foram os votos da maioria
    Que mudaram Portugal

    No concelho de Castro Verde
    Deste Portugal democrático
    Há uma fogueira que arde
    Com muito suor autárquico

    Como em todo o Portugal de Abril
    A vida do povo melhorou
    As obras são mais de mil
    Mas a luta não acabou

    Em todos os domínios da vida
    Houve mudanças radicais
    Muita obra já foi lida
    Mas por ler, ainda há mais


    Habitação, água e saneamento
    Foram a primeira prioridade
    Enquanto o nosso desenvolvimento
    Precisava que houvesse solidariedade

    Com a iniciativa tão nobre
    De procurar minerais
    Descobriu-se o rico cobre
    E também outros metais

    Foi com Neves e Corvo
    Que a mina foi baptizada
    E onde nasceu de novo
    Uma esperança reforçada

    Nascida e criada a SOMINCOR
    A volúpia do município crescia
    A vida tomava mais calor
    Augurando um novo dia

    Ter a sede da maior mina
    De um precioso metal
    Aumentou a auto estima
    De um povo que era maioral

    O concelho de Castro Verde
    Deste país que é Portugal
    Nunca mais teria sede
    Nesta Europa Ocidental

    Consolidado que foi o poder
    Vieram os Fundos Comunitários
    E com tanta coisa por fazer
    Os investimentos foram vários

    Enquanto os Fundos iam jorrando
    E se fortalecia a nossa sapiência
    As prioridades foram mudando
    Fazendo uma nova exigência

    Surge intensamente a palavra Derrama
    E cada vez com mais pujança
    Castro Verde ganha mais fama
    É bem visível a mudança

    Ainda com maior intensidade
    Surge a palavra Cultura
    E alguns toques de modernidade
    Em rotundas e escultura

    Os avultados apoios às Colectividades
    Batem todos os recordes distritais
    Havendo mesmo fortes probabilidades
    De sermos campeões nacionais

    Chegados a este patamar
    Surge uma interrogação
    Será isto para continuar
    Ou entrará em regressão?

    Também há quem questione
    Se as opções foram correctas
    E se o toque do trombone
    Tem as entoações certas

    Uma coisa é mais que verdade
    Uns dizem que é desenvolvimento
    Outros que é o fruto da capacidade
    De um homem cheio de talento

    Quer esteja bem, ou esteja mal
    Foi preciso haver muita dedicação
    Para que Abril em Portugal
    Parisse aqui, uma nova profissão

    Com uma grande utopia e ideal
    E um desejo classificado de altivo
    Criámos um político profissional
    Mas sempre em nome do colectivo

    Comparando o nosso contexto regional
    E os nossos recursos financeiros
    Nunca ninguém teve tanto metal
    Como o Presidente Caeiros

    " O TRABALHO CONTINUA NO PRÓXIMO COMENTÁRIO DEVIDO A LIMITE DE CARACTERES "



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    De MANUEL ANTONIO DOMINGOS a 4 de Março de 2009 às 09:15
    "CONTINUAÇÃO DO TRABALHO EM VERSO SOBRE SOBRE A LONGEVIDADE E O DESEMPENHO DE CAEIROS NA CÂMARA DE CASTRO VERDE"

    Para falar com sinceridade
    Não privilegiámos a economia
    Demos passinhos na solidariedade
    Mas ainda está longe a utopia

    Como em qualquer contabilidade
    Ainda falta o Balanço Analítico
    Sobre o saber e a capacidade
    Do nosso dinossauro político

    Que é positivo dirá a maioria
    E que não há mesmo comparação
    Com o que por cá havia
    Antes desta feliz “aparição”

    É indiscutivelmente verdade
    Que já vivemos noutra terra
    Onde existe muita cumplicidade
    Com a beleza que encerra


    Mas há sempre uma interrogação
    Qual seria a nossa realidade
    Com uma outra governação
    Ou sem esta liberdade ?




    Autor:
    Manuel António Emília Domingos



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    De MANUEL ANTONIO DOMINGOS a 4 de Março de 2009 às 13:59
    LG - Tomei a ousadia de copiar o comentário de um anónimo no BLOG

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  2. ROTUNDA DAS OVELHAS, já agora aí fica porque é pertinente;

    Anónimo disse...
    É ridiculo o teor destes comentários, mas fazer homenagens a quem apenas fez o que devia, que raio de país este onde estamos a viver! Mais homenagens terão que ser feitas, a mais pessoas que durante muitos anos e de forma desinteresseira deram o seu melhor ao colectivo. Ou há dúvidas? Penso que a forma mais justa de fazer uma homenagem ao FC era no mesmo pacote e com o mesmo objectivo se homenageassem todos os que com ela trabalharam.Isso sim podia passar mais ou menos sem conflito. Todas as pessoas são importantes e necessárias e quando se toca ao trabalho em prol da comunidade merecem sempre mais destaque aqueles que o fazem sem receber nada em troca. Estou- me a lembrar tamb+em dos dirigentes das Associações, das IPSS, etc. Quem é que valoriza esse trabalho?Que eu saiba essas pessoas e sá quase sempres as mesmas, trabalham pelo bem colectivo a troca de rigorosamente nada, mesmo nada. Há até pessoas que se preocuparam em crias instituições de apoio aos mais desfavorecidos, criaram postos de trabalho para a comunidade e ninguém se lembra de os homenagear, porque será? Pensemos u pouco e sejamos mais justos com o que é objectivo e nunca passível de opiniões, porque está à vista.

    4 de Março de 2009 12:04

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