11 de fevereiro de 2009

Reinventar as decisões políticas



O governo anunciou aos accionistas da EDAB que será a ANA – Aeroportos de Portugal a gerir o Aeroporto de Beja. Sobre esta decisão nada tenho a acrescentar quanto ao que penso e que está escrito e dito publicamente em várias ocasiões.

O que me leva a escrever estas linhas é outra coisa, que está subjacente a decisões deste tipo e que nos últimos anos levaram daqui tudo, ou praticamente tudo, que representa poder e influência do Baixo Alentejo. Estamos cada vez mais no limiar de um vazio existencial: somos apenas uma região de aglomerados e de população. O que nos resta é uma ultrajante subserviência a Évora e a Lisboa. O que nos fica é uma réstia de esperança e de coragem para mudar aquilo que nos faz doer a alma.

Não sou dos que se convencem com a sede em Beja da Turismo do Alentejo, porque sei que é apenas formal, e que o seu poder de decisão não está aqui, e nem existe a intenção que esteja; ou com um lugar ou outro numa direcção regional, porque conheço o modo de funcionar da administração pública e que tais cargos são insuficientes; tão pouco me convencem, por si só, com o investimento público na região, porque sei que apesar da sua importância não serve para resolver os problemas estruturais por que passamos.

Sou dos que reconhecem o vazio político, a insuficiente capacidade de influenciar, de ter vozes activas que nos defendam, politica e socialmente. Sou dos que defendem uma região Baixo Alentejo, porque não há outra forma de dar volta a isto, porque não temos outra solução se não agarrarmos o nosso destino, sermos nós a tomar decisões que nos dizem respeito e construir um futuro participado e coeso, em benefício das populações. Por fim, sou dos que acreditam que para construir tudo isto é preciso que as pessoas se unam, que afirmem as suas convicções de defesa de um espaço de cidadania e que exijam aos partidos uma nova atitude, novas lideranças, novos rostos, outras vozes: mais credíveis e menos comprometidas.

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