15 de fevereiro de 2009

Regionalização Sim. Baixo Alentejo Sempre.

Imagem: Alvitrando


Sou dos que defendem a regionalização por imperativo interesse da coesão territorial, por manifesto valor das comunidades e das suas potencialidades de desenvolvimento; sou dos que entre os actuais modelos de composição política e administrativa do estado português e uma tipologia de menos estado e mais democracia, com maior incidência dos órgãos electivos e maior responsabilidade dos eleitos junto das populações, defende, sem dúvida alguma, o molde da desconcentração de poderes e de democratização do sistema.

Não sou portanto partidário de uma posição demagógica que pretende estancar o processo com argumentos fáceis como o do aumento do peso do estado. A regionalização é exactamente o oposto: é a agilização do estado, é o reforço da democracia, é a eliminação de um conjunto de estruturas intermédias que, essas sim, travam o desenvolvimento. Em suma o que defendo da regionalização é a decisão política regional, e separo-a claramente do que são as funções técnicas.

Mas entre defender uma região Alentejo que me impingem com a resignação do facto consumado, que já se provou não ter em consideração a minha região e os interesses dos meus concidadãos, e uma região Baixo Alentejo, consolidada cultural, social e economicamente, com potencial e capacidade de decisão e de desenvolvimento no plano das melhores regiões europeias, então defendo o Baixo Alentejo. E não abdico desta posição por nenhuma razão ou sequer por imposição de quem seja. Trato esta questão como uma matéria de convicção; da certeza de quem reconhece à sua região as melhores capacidades para se impor no desenvolvimento nacional. Defendo o que acredito ser melhor para todos e não faço desta convicção lugar comum ou sequer cederei às conveniências partidárias. Poderemos no futuro reconhecer que fomos derrotados, mas seremos derrotados com a bandeira na mão. Com a bandeira de um povo que se ergue para se defender e para se afirmar.

E sobre as conveniências partidárias esclareço o seguinte: não acredito que, porque não confundo um líder com um partido, o PS deixe cair a sua convicção de defender o Baixo Alentejo: tem a obrigação moral de o continuar a fazer e creio que assim o fará, em prol da defesa dos interesses dos cidadãos do presente e das gerações do futuro. Tão pouco deixo de reconhecer que esta é uma diferença entre os socialistas e os comunistas, e que nessa diferença se estabelece a essência do que cada um pensa sobre o Baixo Alentejo. Nesta diferença reside a esperança dos baixo-alentejanos.
Opinião publicada na edição de 13 de Fevereiro 09 do Diário do Alentejo

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