14 de fevereiro de 2009

A geração capaz




Existe, para além da actual geração que nos comanda e que está agastada e viciada, uma outra geração de jovens homens e mulheres que sentem e pensam a região em que vivemos. E esta geração está apartada do poder, ou porque não acredita no sistema ou porque o sistema lhe veda o acesso à participação. E este caciquismo, muito português de perpetuação no poder, é um culto muito semelhante ao do eucalipto: seca tudo à sua volta e esgota a possibilidade de renovação.

Mas é um facto incontornável que estas pessoas existem, que estão por aí em blogues e em tertúlias, que brilham com pensamentos limpos e frescos e fazem brilhar novas ideias, uma nova forma de estar e de ser na actividade política. Pena é que não lhes seja dada a oportunidade de se evidenciarem, de darem o seu contributo na construção – validada – das ideias, de se afirmarem como decisores do presente e garantes do futuro. E é doloroso perceber que esta geração pode passar anónima, sem aproveitamento, sem a possibilidade de contribuir para um futuro que lhes diz respeito.

Nos últimos tempos tenho sido surpreendido pelas suas ideias, pelas capacidades de análise e de objectividade que apontam novos rumos. Nos últimos tempos têm-me tocado os pensamentos livres mas generosos de quem pensa esta região porque a sente como parte de si e que não se acomodou na fácil fuga das responsabilidades.

E há quem estranhe os jovens e as suas decisões de sair daqui. E há quem use isso como argumento para manter acesa a sua chama de poder. Há também quem considere esta geração amorfa, passiva na intervenção e que ao mesmo tempo lhe trava o caminho e a impede de progredir e demonstrar o que vale. Mas eles aí estão: basta um pouco mais de atenção e de respeito para que se entenda o seu valor e a mais valia para a região. E eles aí estão: ignorados, mas com valor, pelas suas ideias e pelos seus jovens mas impressionantes percursos profissionais.

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