5 de fevereiro de 2009

Dias descontinuos...



A crise no Clube Desportivo de Beja agrava-se de dia para dia. A sociedade bejense vive à margem dos problemas e encolhe os ombros com desinteresse. Nem os apelos dos atletas, vítimas dos processos e das irresponsabilidades, têm a atenção ou o crédito da população. Na verdade já todos percebemos há muito tempo que esta instituição emblemática caminhava para o fim. E quantos mais dias passam, maiores os problemas e mais certo o seu encerramento. Não há, nas actuais circunstâncias, quem queira ou possa contribuir para resolver um problema que não é prioritário. Há muitos anos que o CDB perdeu a confiança dos bejenses. Bastava assistir à mobilização fraca nos jogos, bastava compreender as medidas erradas que foram tomadas e que afastaram o clube da cidade.

Há alguns anos, não me lembro bem há quantos, pronunciei-me sobre o Desportivo de Beja. Critiquei as opções e um caminho deficitário de estratégia. Avisei sobre o divórcio que se estava a promover entre a população e o clube. E nessa altura caiu-me o carmo e a trindade em cima. Até houve quem tivesse o desplante de me acusar de imiscuir na vida de uma colectividade da qual não sou sócio. Serviu esta mentalidade para comprovar que os seus dirigentes viviam fechados numa redoma. Ainda que o Clube tenha sido apoiado durante décadas com dinheiro público da autarquia, era entendimento que a sociedade não se devia pronunciar. Pois bem, desde então respeitei, embora discordando, a norma e a vontade autocrática e acrítica.

Mas hoje, passados tantos anos, apetece-me perguntar: Estaria eu errado? E se não compete à sociedade imiscuir-se nos assuntos do clube, porquê tanto apelo aos corações e aos bolsos de quem nunca teve responsabilidades na gestão? E por fim: se o Clube Desportivo de Beja está na situação em que está o demérito é de quem? Da Sociedade?!


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