7 de fevereiro de 2009

Cidadania: um caminho ainda longo



Uma sociedade que se queira desenvolver, que pretenda crescer e tornar-se mais equilibrada e justa deve cultivar a participação das pessoas. Deve valer por si, com os seus recursos e dinâmicas próprias. Uma sociedade que defenda a cidadania será sempre uma sociedade melhor.

E uma região que queira tudo isto, que planifique e execute projectos de futuro só alcançará os seus desígnios se proteger os seus cidadãos, se lhes garantir um espaço de intervenção, de participação. A nossa região, no que respeita à massa crítica, é deficitária. Tem um caminho inteiro e longo para desbravar: ainda nos falta valorizar as pessoas, o que pensam e compreender os seus raciocínios e as suas motivações.

À região do Baixo Alentejo não bastam os aeroportos, nem as estradas e as barragens; tão pouco são suficientes os projectos privados e uma cultura democrática local mais respeitadora. Ao Baixo Alentejo faltam as ideias e os debates. Carecemos de um espaço, ou de vários espaços, onde as pessoas possam intervir: os médicos, os profissionais liberais, os empresários, os académicos, os artistas, os jovens, os idosos e cada cidadão quando se sentir interessado.

Para que esta região cresça, para que ao seu futuro se possa realmente tratar por futuro, é fundamental que se valorizem as opiniões para além dos partidos e das organizações. Os colectivos têm a desvantagem de se governarem dentro de ciclos, têm a característica das ideias próprias e dos argumentos corporativos. Mas o que é importante é que se ultrapasse isso, que se abram as portas e as janelas à discussão, à opinião diferente e que se combata a exclusão: é decisivo que se construa uma geração de massa critica, de pensadores, de homens e de mulheres que reforcem os conceitos necessários ao crescimento regional. É da maior importância que pensemos a região do Baixo Alentejo como um valor máximo de pessoas.

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