Apesar do que escrevi na opinião anterior sobre o Diário do Alentejo e a Associação de Municípios se centrar nas opções políticas e nos firmamentos partidários é justo relevar a importância das pessoas e o que essas pessoas representam em termos da frescura das ideias, e sobretudo na aplicação de valores superiores como a democracia e o pluralismo.
Mais ou menos entre os finais de 2002 e finais de 2005, por via da solução encontrada na Associação de Municípios para dirimir o acentuado criticismo do PS, e porque o PS passou a deter maioria suficiente para que assim fosse, foi nomeado Director do DA o jornalista António José de Brito, que actualmente dirige o semanário Correio Alentejo. Lembro-me de na altura ter comentado com amigos que não gostaria de estar no seu papel: reconheço e confirmo a sua imparcialidade e profissionalismo e dirigir um jornal com tais características ainda por cima como epicentro de uma crise político-partidária não é fácil e exige uma grande capacidade e maturidade, mesmo democrática.
Convém relevar este período por me parecer injusto confundir os desacertos políticos nas opções com uma era em que o DA comprovou que com uma direcção e linha editorial isentas pode sobreviver. Nessa dinâmica cresceu o jornal em qualidade e pluralismo, com mais e diversificada opinião, noticiou-se e aumentou-se a cobertura da reportagem independentemente das opções partidárias dos envolvidos, reformulou-se o Estatuto Editorial adaptando-o aos tempos modernos, engrossou-se o jornal com um aumento significativo de páginas, promoveu-se o crescimento económico e a viabilidade financeira do jornal diminuindo o passivo e aumentando as receitas.
Em suma, e não só porque importa esclarecer, mas também porque é meritório cultivar a memória que alguns tentam apagar – ou desenhar à sua maneira – neste período o DA viveu de diversidade e de pluralismo; beneficiou os eleitores e a imagem da região; e provou à saciedade que é possível ser melhor numa solução privada e independente.
Sem comentários:
Enviar um comentário