22 de janeiro de 2009

CDU: As siglas morais, as ideias e os adversários




A CDU/Castro Verde reuniu, com vista à preparação das autárquicas de 2009, e ao contrário da crítica que faz aos autarcas dos outros partidos sobre os abandonos de mandatos antes do final e das traições ao eleitorado, que dizem ser lesa pátria, não reuniu para reflectir sobre a renuncia de Fernando Caeiros e a sua ida para um cargo executivo num organismo público. Convém reforçar que nada tenho a obstar à decisão de FC, considerando-a legítima, aceitável e não criticável. A única coisa que me confunde e provoca a inteligência é a tal dualidade de critérios.

Mas quanto à reunião: reuniram os comunistas e os verdes de Castro Verde para abordar e debater as linhas orientadoras da acção política no concelho nos próximos anos, decidiram ainda falar da candidatura do PS reduzindo-a a uma figura sem sigla (?). Basta conhecer a história política um pouco antes do 25 de Abril para reconhecer que o PS é um partido constituído, concorrente desde as eleições livres com candidaturas locais, regionais, nacionais, presidenciais e europeias. Sem outra bandeira ou sigla, como usa o PCP no caso da CDU!

Pois bem, vamos reflectir sobre o seguinte: Para a CDU não importa o valor das ideias e dos projectos que um candidato possa incutir numa candidatura. As ideias são-lhe impostas por uma organização, e se aceitar compromete-se – sabe-se lá porquê – a liderar uma estratégia que não lhe vem do âmago, que não lhe pertence. Dirão os dirigentes da CDU: Aqui tudo é democrático e basta aceitar a candidatura para se rever no programa. Erro! O processo democrático e natural está na disponibilidade pessoal de um candidato e na sua vontade de gerar dinâmicas através de uma visão que deve partilhar com os seus apoiantes e toda a sociedade. Mas que nasce de si, na construção da sua disponibilidade para uma candidatura de tamanha responsabilidade.

Mas continuemos a reflectir: a CDU aligeira a não escolha de um candidato à Câmara, como se isso fosse questão de somenos. Ou seja, discuta-se o programa, imponham-se as ideias e descridibilize-se o adversário. O candidato não é importante, basta a sigla da CDU (?).

Vamos ainda reflectir sobre outra questão: Já aqui escrevi que no caso do PCP estranho a ausência do anuncio das candidaturas em toda a região. Leio e oiço sobre sondagens de nomes que está a fazer, e sobre isto não faço comentários deixando ao critério da interpretação de cada um. Poderá o PCP, algum dia explicar a razão de tanta dificuldade na escolha e na definição de candidaturas?

Para ser o mais sincero possível não me importam os argumentos eleitorais e políticos da CDU, não questiono a sua forma de ser diferente e de promover os seus métodos como os mais legítimos do mundo ético, moral e democrático, mas não admito a repetida falta de respeito pela inteligência dos outros e a hábil intenção de branquear as suas fraquezas desconsiderando os outros, como se estes não pudessem nascer pessoas de bem!


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