23 de janeiro de 2011

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Felicito Cavaco Silva pela sua reeleição, que não me surpreende. Não sou dos que julgam que a sua reeleição põe em causa o que seja, muito menos a democracia. Já sobre a democracia temo a sua fragilidade, os resultados cada vez mais crescentes da abstenção, o fastamento dos portugueses face aos dirigentes políticos e à eleição de altos cargos, entre outras preocupações. Temo, sem que isto reflicta um dramatismo.

Também não sou dos que extrapolam para outras eleições o resultado desta. Nem vale a pena argumentar por ser tão óbvio. Acredito que Portugal se pode fortalecer em cada acto eleitoral e apurar a maturidade da sua democracia, assim os portugueses reforcem a participação. E registo, com humildade, a dignidade e a elevação de Manuel Alegre ao assumir a derrota. Aí sim me confesso surpreendido.

Pela primeira vez na minha vida, de quase vinte anos de votação, votei em branco. Por não me rever em nenhuma das candidaturas, por recusar os decretos nos apoios e por julgar estar a cumprir o que melhor servia a minha consciência. Sim, a minha consciência, a minha cidadania. Não quis deixar de cumprir o dever de votar, nem beneficiar ou prejudicar qualquer dos candidatos. Desejei manifestar discordância com as escolhas, não deixando de enaltecer a coragem de quem decide candidatar-se a tão importante cargo.

Destaco, por fim, a vitória de Cavaco Silva no Distrito de Beja. Não tem outra leitura que não a de que venceu com naturalidade, parece. Não minoriza as outras candidaturas mas fortalece a sua. Cavaco Silva é reeleito como um referencial de estabilidade política e é esse compromisso que desejo que possa cumprir, em defesa de Portugal.


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