3 de abril de 2009

As Inconstâncias das prioridades

Pelo que me apercebo existe uma polémica em torno da contratação, por parte da Câmara de Beja, de cerca de 80 pessoas para serviços gerais e administrativos e estágios. Pelo que julgo a medida peca por tardia, e teria sido responsabilidade da autarquia fazê-lo há mais tempo (aqui estará a razão de crítica): porque existem serviços que precisam de ser melhorados e mais operantes, porque existem museus fechados e/ou com horários inacessíveis e pouco funcionais e, por fim, porque numa época de crise é da competência das autarquias promoverem os rendimentos e o trabalho a quem deles carece. Tal qual o fizeram no passado em épocas de crise e de miséria. Bastaria perceber os contextos sociais e históricos para aceitar, de boa fé, estas medidas.

Mas o mais curioso é a tendência de reprimenda a tudo o que emana de quem se discorda. E este é o primeiro erro, o de palmatória, que beneficia quem está no poder. Porque são os mesmos que criticam os maus serviços da câmara e que deles exigem mais e mais que acusam as soluções quando apresentadas.

O que me afasta da Câmara de Beja centra-se na ideologia e na visão. O que me distingue dos actuais líderes autárquicos é um pensamento político diferente, acreditando que o meu é substancialmente melhor, mas nunca será a critica fácil e uma política de terra queimada. Sei, e acredito, que em Beja é possível fazer mais e melhor e reconheço que no que é possível fazer contam as ideias e os modelos de governação alternativos. Mas não posso acusar com inconstância as medidas de protecção dos interesses sociais e das quais dependem centenas de famílias. Isso é demasiado redutor das reflexões críticas.

Dizem que é oportunismo político. Pois poderá ser, tal como tudo o que é feito por quem governa em ano de eleições. Aqui, noutra câmara ou no governo. Mas o importante é o beneficio das populações, e este é um desígnio dos eleitos, e ainda a capacidade e a lucidez de quem vota, que saiba aferir e reflectir sobre os actos dos políticos, usando o bom senso e a responsabilidade de pensar no futuro. No futuro!

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