23 de fevereiro de 2009

O fundo das palavras

João Paulo Ramoa (JPR) profetizou na Rádio Pax que o final do ano servirá uma “caldeirada” cozinhada pelos candidatos que ocupam lugares em cargos da administração pública. Deu o caso de Mendes Pinto, como poderia ter dado outro qualquer, porque se a profecia se concretizar fica aceite que se tratam sempre dos candidatos socialistas. E esta é a condição da sua profecia! Mais, JPR teme pela intolerância destas pessoas, o que seria catastrófico e um perigo no exercício das suas funções públicas.

Mas o que o ex-governador não diz é que não podem ser retirados direitos a ninguém independentemente do seu cargo ou função. E o caso exemplificado, ou outro qualquer, carece de uma avaliação séria sobre o carácter e o profissionalismo da pessoa em causa. Não está escrito nas estrelas que qualquer candidato nestas circunstâncias prejudique relações institucionais. Isso é demasiado redutor do exercício de funções públicas, e JPR saberá do que se trata porque já as exerceu e nunca esteve em causa a sua liberdade de se candidatar ao que fosse, ou sequer tais candidaturas foram usadas para questionar a sua honorabilidade.

Se a intenção de Ramoa é promover uma imagem de rigor e de transparência no exercício do poder não deve deixar de fora os exemplos das candidaturas do seu PSD no Distrito, ou da CDU (!). O que JPR veio dizer é inaceitável e carrega sobre os candidatos socialistas um peso que não lhes pertences.

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